terça-feira, 20 de novembro de 2012

O Grande Arquiteto do Universo


O Grande Arquiteto do Universo



(Tau): Recebeu esse nome por reproduzir a letra grega Tau. É considerada por muitos, como a cruz da profecia e do Antigo Testamento. Dentre suas muitas representações estão o martelo de duas cabeças, como sinal daquele que faz cumprir a lei divina, encontrado na cultura egípcia, e a representação da haste utilizada por Moisés para levantar a serpente no deserto.



A tradição esotérica dos judeus, a cabala, considera o nome de Deus sagrado e impronunciável. Possivelmente, a origem deste conceito está no terceiro Mandamento: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão". (Êxodo - Capítulo XX - Versículo VII). Assim, um grupo de sábios judeus, conhecidos como Massoretas, incorporou "acentos" que funcionavam como vogais e viabilizavam a pronúncia do tetragrama, resultando na palavra Adonai (Senhor), que passou a ser utilizada para pronunciá-lo. Os nomes Jeová, Iehovah, Javé, Iavé, ou ainda Yahweh, são adaptações para a língua portuguesa da palavra Adonai, e não do tetragrama original.
Porém, há ainda uma crença entre os judeus do início do período cristão, que a própria palavra Torah seria parte do nome divino. Há outra relação interessante encontrada nos nomes originais de Adão e Eva, Yod e Chawah, respectivamente. Uma combinação entre estes dois nomes resulta numa das variações do tetragrama, YHWH, fato que sugere uma relação entre Criador e criatura. Com o decorrer do tempo, foram adotados outros termos para se referir ao Tetragrama: "O Nome", "O Bendito" ou "O Céu".

III – Uma das finalidades desse estudo é firmar e confirmar o princípio fundamental – landmark, rule, old charge, norma ou diretriz sejam como quiserem denomina-lo – talvez único em que não há divergência no seio da maçonaria autentica e tradicional: a fé num Deus pessoal, Principio E Fim de todas as coisas, Criador do céu e da terra. E, em conseqüência, ajudar a fazer com que seus aderentes tomem disto mais consciência e evitem usar a expressão G.A.D.U apenas como uma etiqueta, sem nenhum conteúdo e que se pode facilmente, esvaziar. Para isto fazer com que este G.A.D.U seja, para cada um deles e de nós, um DEUS VIVO e não um DEUS MORTO.

Que este perigo existe, e existe na atualidade, não há dúvida. Se não, a Conferencia Episcopal Alemã, depois de “conversações oficiais, durante os anos de 1974 a 1980, por incumbência da mesma e das GrandeLojas Unidas da Alemanha, não teria chegado a seguinte conclusão.

“IV-4 – O conceito de Deus dos maçons livres. No centro dos rituais se acha o conceito do “Grande Arquiteto do Universo”. Não obstante a boa vontade de abertura para abraçar toda a religião, trata-se de um conceito marcadamente deísta. Em tal contexto, não há nenhum conhecimento objetivo de Deus, no sentido do conceito pessoal de Deus do teísmo. O "Grande Arquiteto do Universo"   é um “Ser” neutro, não definido e aberto a toda a compreensão possível...”(c.f.”Maçonaria e Igreja Católica, Ontem, Hoje e Amanha. Ed. Paulinas, 1981, pg .281).

E eis o motivo pelo qual insisti em deixar bem claro os conceitos de TEÍSMO e DEÍSMO e demonstrar que as diferentes alterações das Constituições de Anderson e as diversas declarações das  Grandes Lojas Mães da Inglaterra, Escócia e Irlanda, não deixam dúvida alguma quanto a este conceito, Teísta e não Deísta. É claro que, para se entender isto, é preciso com muito vagar e tempo refletir em toda esta documentação, para ter idéias claras e precisas quanto a estes conceitos.

Também estou convencido de que as  Grandes Lojas Unidas da Inglaterra da Irlanda e da Escócia, firmando invariável e ininterruptamente, o verdadeiro conceito de G.A.D.U na Ordem, e não estão dogmatizando ou estão sendo menos liberais, no sentido empregado pelo Grande Oriente de França.

Apenas defendendo um landmark ou rule, ou ainda old charge – fundamental delas. E muito menos ainda estão querendo defender uma determinada religião, o que seria contra o espírito e toda a letra das Constituições Andersoneanas, mas a religião Natural, que se baseia na Teologia Natural(ou Teologia Fundamental, ou ainda , Teologia Filosófica), que é a TEODICÉIA, uma das disciplinas ensinadas pela verdadeira Filosofia, desde os tempos dos filósofos gregos de muito antes de Cristo, sobretudo por Platão e seu genial discípulo Aristóteles, Filosofia, esta que, penso, os maçons se vêem impelidos a estudar, já que sua instituição é eminentemente FILOSÓFICA e até, como dizem alguns, Maçonaria é Filosofia.

Caso contrario, o conceito se torna vago,vazio, se dilui e arrasta determinadas mentes ao perigoso DESVIO que se registra na História da Maçonaria, na interpretação errônea do art 1 das referidas Const., desencadeando o processo regressivo descendente seguinte: Do Cristianismo ao deísmo, do deísmo a neutralidade simpática, da neutralidade simpática, á neutralidade indiferente, da neutralidade indiferente, á neutralidade hostil, da neutralidade hostil ao laicismo, do laicismo ao ateísmo prático depois e expressamente declarado, o teórico, a apesar dessas mentes declararem que apenas queriam defender a LIBERDADE ABSOLUTA DE PENSAMENTO...

Por isto não se esqueçam da distinção entre TEÍSMO e DEÍSMO. TEÍSMO é a doutrina da escola filosófica que admite a existência de Deus primeiro principio e fim ultimo de tudo o que existe. Um Deus pessoal.

DEÍSMO é um sistema filosófico religioso ou espécie de religião natural que se opõe a religião revelada e mais especialmente ao Cristianismo. Não nega a existência de Deus, entretanto, Deus só pode ser alcançado por argumentos puramente racionais. Não há, pois revelação, e o Cristianismo se torna desnecessário. Também a intervenção de Deus no mundo, negando pois a sua Providência. Deus,então, se confunde com a natureza, como no Panteísmo, com o qual se identifica, ou exclui-se e separa-se dela, como no dualismo discrítico, acabando, por um ser um ente neutro sem conteúdo algum, acabando, enfim no ateísmo vazio...

A estagnação também pode vir a se tornar num ATEÍSMO PRÁTICO. E este perigo existe e é, me parece, mais freqüente do que se pensa. E isto por errônea ou deficiente interpretação do art 6 das Constituições Andersoneanas.Tanto isto é verdade que lembro citação que fiz durante a quarta aula, do autorizadíssimo Marius Lepage, que por sua vez, é lembrado pelo não menos autorizado Nicola Aslan, no seu grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia, vol. IV, pág. 915, no verbete QUATUOR CORONATI LODGE.

Nicola Aslan, depois de frisar muito bem toda a importância desta mais celebre Loja de Pesquisas históricas, fundada em 1884, com seus 3.000 membros de todas as partes do mundo(com sua êmula de igual nome da Alemanha, a Villard de Honnecourt de Paris, a academia maçônica de letras do Rio de Janeiro, etc) e de dizer que todos os trabalhos apresentados em Loja são lidos e discutidos, e , posteriormente, publicado, anualmente, nas famosas Atas ARS QUATUOR CORONATORUM(Trabalhos dos Quatro Coroados), que também registram as discussões, assim como biografias, criticas de livros, explêndida e abundantemente ilustradas, devem comportar, atualmente, mais de 80 volumes(isto em 1976),acrescenta a restrição seguinte, do referido e conhecido Venerável Marius Lepage, citado da sua obra “L”ORDE ET LES OBÉDIENCES.

“Entretanto, os nossos irmãos ingleses não tiraram desta superabundante riqueza , todo o partido que normalmente se poderia esperar. Isto é devido, e darei exemplos, ao temperamento particular dos maçons ingleses, para quem todas as discussões relativas a assuntos políticos e religiosos são estritamente proibidas em Loja. Veremos mais adiante que uma discussão sobre o aspecto religioso do pensamento de Anderson não pode ser levada a fundo, por causa dessa proibição.”

Esta grave advertência de Lepage nos deve obrigar a séria meditação porque, segundo minha pessoal observação, é, também, salvo melhor juiz, o ponto fraco de determinadas correntes maçônicas e de certos maçons brasileiros. E isto pode arrastar-se a uma verdadeira estagnação, contrariando, por conseguinte frontalmente, uma das diretrizes das Const. Que determina A INVESTIGAÇÃO CONSTANTE DA VERDADE. Prova-o inquérito feito em 1973 pela CNBB, ao qual responderam 182 maçons. Pode não se decisivo, já que para ser decisivo dever-se-ia inquirir todos os maçons brasileiros, mas já é um resultado provisório apreciável, que nos deve levar a meditação. Porque, dos 182, 81 responderam que a Maçonaria em nada influi em sua religião quando em nosso parecer, deveria ter influenciado, e influenciado para melhor.

Ora,meus caros ex alunos, como disse então, e repito agora, para esta afirmação também registrada: se devemos INVESTIGAR a verdade sob todos os ângulos e em todos os seus aspectos e em todos os terrenos – no histórico, como estão fazendo superabundantemente os maçons, no geográfico, no das ciências positivas, no da sociologia, economia, na Política, com P maiúsculo, excluindo, por conseguinte a partidária, no filosófico, etc. Sobretudo no que toca mais profundamente o homem, no religioso.
Porque, quer queiramos, que não queiramos, todo homem é um filósofo, como todo homem é um teólogo. Por quê, mais cedo ou mais tarde todo ser humano, racional, acaba se perguntando:

QUEM SOU? DONDE VIM? ONDE VOU? 

E quer, evidentemente, respostas claras a estas três perguntas fundamentais. E tal esta necessidade que, se não atender a este reclamo de sua natureza profunda, acaba em desconcerto mental. Poderia agora, entrar psicanálize e psiquiatria a dentro, mas basta, por ora, uma citação, a que fiz em aula e registro também aqui: é de um discípulo de Freud, embora nem sempre concorde com o Mestre, Dr C.G.Jung, grande psiquiatra:
“Durante os últimos trinta anos, pessoas de todos os paises civilizados têm vindo consultar-me. Tenho tratado muitos milhares de pacientes... Entre todos os meus pacientes na segunda metade da vida, isto é, com mais de trinta e cindo anos, nem um só tem havido cujo problema como ultimo recurso não fosse o de encontrar uma perspectiva religiosa da vida. Pode-se afirmar com segurança, que cada um deles caiu doente porque havia perdido aquilo que as religiões vivas de todos os tempos têm dado a seus seguidores, e nenhum deles ficou curado senão quando recuperou a sua fé religiosa”. (C.f. “Modern Man in Search of a Soul” pg. 264, cit, por Fulton J. Sheen, em “Pace of Soul”, trad. Por de Oscar Mendes sob o tit. “Angustia e Paz”, Ed. Agir, 1950, 281 pgs. Pg 55)

Discutimos, um pouco, a conveniência ou não de tratar do assunto em Loja. Infringiria o art. 6 de Anderson?

Seja como for, não poucos têm levado à sua privada o espírito desta proibição, o que é um grave erro, que conduz à estagnação, como já vimos. Porque como já disse, contaria nossas aspirações mais profundas, já que todo homem é um animal religioso, como é um animal filosófico. Ele tem necessidade de Deus: entreter-se com Deus, como conclui uma das ciências positivas mais novas, a FENOMENOLOGIA RELIGIOSA, é uma atividade conatural ao homem Afirma ela que não há RELIGIÃO sem experiência religiosa, isto é, sem que o homem tenha experimentado, pessoalmente, com maior ou menor intensidade, a realidade de um poder superior ou de forças superiores que fundam e mantêm a existência do mundo e do próprio homem”.

E conclui: 

“Quando, pois, cientistas e filósofos afirmam, que a experiência religiosa é uma”ilusão”, deve-se pensar que algo não corre bem com eles: o estão de tal forma intoxicados pelo seu cientismo e racionalismo, que já não conseguem perceber “as coisas do espírito”, ou sofrem de algum “complexo anti-religioso”, que lhes bloqueia a capacidade de perceber o que há de profundo e grandioso na experiência religiosa”.

O rebelde a natureza, o rebelde a ciência e o rebelde a verdade, eles eram figurados no inferno dos antigos pelas três cabeças de Cérbero. Eles são figurados na Bíblia por Coié, Dathan e Abiron. Na lenda maçonica, eles são designados por nomes que variam segundo as ritos. O primeiro que se chama ordinariamente Abiran ou assassino de Hiran, fere o grão-mestre com a régua. É a história do justo que se mata, em nome da lei, pelas paixões humanas. O Segundo, chamado Mephiboseth, do nome de um pretendente ridículo e enfermo à realeza de Davi, fere Hiram com a alavanca ou a esquadria.

É assim que a alavanca popular ou a esquadria de uma louca igualdade toma-se o instrumento da tirania entre as mãos da multidão e atenta, mais infelizmente ainda do que a régua, à realeza da sabedoria e da virtude. O terceiro enfim acaba com Hiram com a machadinha, Como fazem os instintos brutais quando querem fazer a ordem em nome da violência e do medo, abafando a inteligência. O ramo de acácia sobre o túmulo de Hiram é como a cruz sobre nossos altares. É o sinal da ciência que subleve à ciência; é o raio verde que anuncia uma outra primavera. Quando os homens perturbam assim a ordem da natureza, a Providência intervém para restabelecê-la, como Salomão para vingar a morte de Hiram. Aquele que assassinou com a régua, morre pelo punhal.

Aquele que feriu com a alavanca ou a esquadria morrerá sob o machado da lei. É a sentença eterna dos regicidas. Aquele que triunfou pela machadinha, cairá vítima da força de que abusou e será estrangulado pelo leão. O assassino pela régua é denunciado pela lâmpada mesma que o esclarece e pela fonte onde bebe , isto é, a ele será aplicada a pena de talião.

O assassino pela alavanca será surpreendido quando sua vigilância for deficiente como um cão adormecido e será entregue por seus cúmplices; porque a anarquia é a mãe da traição. O leão que devora o assassino pela machadinha, é uma das formas da esfinge de Édipo. E aquele que vencer o leão merecerá suceder a Hiram na sua dignidade. ' O cadáver putrefatu de Hiram mostra que as formas mudam, mas que o espírito fica. A fonte de água que corre perto do primeiro fascínio lembra dilúvio que puniu os crimes contra a natureza. O espinheiro ardente e o arco-íris que fazem descobrir o Segundo assassino representando a luz e a vida, denunciando os atentados contra o pensamento.

Enfim o leão vencido representa o triunfo do espírito sobre a matéria e a submissão definitiva da força à inteligência. Desde o começo do trabalho do espírito para edificar o templo da unidade, Hiram foi morto muitas vezes e ressuscita sempre. É Adonis morto pelo javali; é Osíris assassinado por Tífon. É Pitágoras proscrito, é Orfeu despedaçado pelas bacantes, é Moisés abandonado nas cavernas do Monte Neba, é Jesus morto por Caifás, Judas e Pilatos.

Os verdadeiros maçons são pois os que persistem em querer construir. o templo, segundo o plano de Hiran. Tal é a grande e principal lenda da maçonaria; as outras são menos belas e menos profundas luas não pensamos dever divulgar os mistérios, e se bem que não tenhamos recebido a iniciação senão de Deus e de nossos trabalhos, consideramos o segredo da alta maçonaria como o nosso. Chegado por nossos esforços a um gráu científico que nos impõe silêncio, não nos julgamos melhor empenhados por nossas convicções do que por um juramento.

A ciência é uma nobreza que obriga a não desmerecemos a coroa principesca dos rosa-cruzes. . Os ritos da maçonaria são destinados a transmitir a lembrança das lendas da iniciação e a conservá-la entre nossos irmãos. Permita-nos- talvez como, se a maçonaria é tão sublime e tão santa, pôde ela ser proscrita e tantas vezes condenada pela igreja. Já respondemos a esta questão, falando das cisões e das profanações da maçonaria.

A maçonaria é a gnose e os falsos gnósticos fizeram condenar os verdadeiros. O que os obriga a esconder-se, não é o temor da luz, a luz é o que eles querem o que eles procuram, o que eles adoram. Mas eles temem os profanadores, isto é, os falsos intérpretes, os caluniadores, os céticos de sorriso estúpido, os inimigos de toda crença e de toda moralidade. Em nosso tempo aliás um grande numero de homens que se julgam francos-maçons, ignoram o sentido que seus ritos e perderam a chave de seus mistérios.

Eles não compreendem mesmo mais seus quadros simbólicos, e não entendem mais nada dos sinais hieroglifos com que são pintados os tapetes de suas lojas. Estes quadros e estes sinais são páginas do livro da ciência absoluta e universal. Podem ser lidas com o auxílio das chaves cabalísticas e não têm nada de oculto para o iniciado que possui as clavículas de Salomão. A maçonaria foi não somente profanada mas serviu mesmo de véu e de pretexto às cabalas da anarquia, pela influência oculta dos vingadores de Jaques de Molay, e dos continuadores da obra cismática do templo. Em lugar de vingar a morte de Hiram, vingaram-se seus assassinos. Os anarquistas retomaram a régua, o esquadro e a malheta e em cima escreveram liberdade, igualdade e fraternidade. Isto é, liberdade para as cobiças, igualdade na baixeza e fraternidade para destruir.

O templo é a realização e a figura do reino hierárquico da verdade e da razão sobre a terra. Hiram é o homem que chegou ao domínio pela ciência e pela sabedoria. Ele governa pela justiça e pela ordem, dando a cada um segundo suas obras.

Cada grau da ordem possui uma palavra que lhe exprime a inteligência. Não há senão uma palavra para Hiram, mas esta palavra pronuncia-se de três maneiras diferentes. De um modo para os aprendizes, e pronunciada por eles significa natureza e explica-se pelo trabalho. De outro modo pelos companheiros e entre eles significa pensamento explicando-se pelo estudo. De outro modo para os mestres e em sua boca significa verdade, palavra que se explica pela sabedoria. Esta palavra é a de que servem para designar Deus, cujo verdadeiro nome é impronúnciavel .

 Assim há três graus na hierarquia como há três portas no templo. Há três raios na luz. Há três forças na natureza. Estas forças são figuradas pela régua que une, a alavanca que levanta e a machadinha que firma.

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